quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tarde chuvosa, desenho retrô

 
Meus personagens preferidos era o Fantasma [ O Espírito Que Anda ] e sua filha Jedda [ e a Kissa ].
 
V I D E O
 

Episódios: A Fuga de Mongo e A Criação de Monitor
 

Vocês perguntam e eu respondo, esse era o desenho preferido na minha adolescência... de segunda a sexta, a partir das quatro da tarde, no canal 5... houveram outros, mas esse é especial, vira e mexe, dou uma olhadinha no youtube.
 
Boas recordações!
 
Hoje foi uma tarde super chuvosa, amanhã é feriado e os metereologistas estão dizendo que virá um frio polar... é o outono no auge!

:]

terça-feira, 28 de maio de 2013

Dica de Filme: Coraline e o Mundo Secreto

 
Trago a dica de filme: Coraline e o Mundo Secreto; feito em Stop Motion [ simula movimento através de fotografia ] o que para mim, já vale conferir pelo trabalhão que essa equipe teve, foram 4 anos para finalizar o projeto!
 
V I D E O
 


SINOPSE: Entediada em sua nova casa, Caroline Jones (Dakota Fanning) um dia encontra uma porta secreta. Através dela tem acesso a uma outra versão de sua própria vida, a qual aparentemente é bem parecida com a que leva. A diferença é que neste outro lado tudo parece ser melhor, inclusive as pessoas com quem convive. Caroline se empolga com a descoberta, mas logo descobre que há algo de errado quando seus pais alternativos tentam aprisioná-la neste novo mundo.

Filme de 2009, mas muito legal...

:]

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Digam oi à Menina!

 
Apresento-lhes a Menina!
 
Apareceu em casa ontem a noite e resolvemos trazê-la para a loja... já está comendo ração e usou a caixinha de terra para as necessidades... é novinha, pensamos que deve ter 3 meses, super dócil, vai com todos [daí meu medinho de que ela não fique conosco] como é fêmea, temos de pensar em métodos contraceptivos... Aí N. diz: Só pensei em ela caçar ratos...
 
:]
 

domingo, 26 de maio de 2013

Balanço de Maio... adiantado 5 dias!


Domingo seu lindo, vai embora não...
Continuo em modo: trabalhando de domingo a domingo... Amo meu trabalho, mas a questão é ter ainda mais trabalho na tarde da folga... acho que vou começar a faxinar a casa durante a semana de noite... #pensamento sério
Afora as questões domésticas, tudo indo...

E vocês, fazem um balanço positivo de Maio?

:]

sábado, 25 de maio de 2013

Ouvindo Gabrielle Aplin, The Power Of Live



Faça do amor seu objetivo...
 
Lindo final de tarde para todos que AMAM! [*toda forma de amor]

:]

Lindo Sábado!


Oi gente! Sábado em comércio é dia cheio...
Passando pra desejar a todos um ótimo fim de semana!
Aqui frio surpreendente pra mês de Maio, enfim, acustumar com a chegada do menino-inverno!

:]

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Dia Mundial das Tartarugas


Hoje é o Dia Mundial das Tartarugas!

Esse simpático réptil [ confesso que achava que era um anfíbio... ] esteve presente em várias campanhas de mídia:


As aventuras de Sammy


As Tartarugas Ninjas


Tortuguita Chocolate

V I D E O


PROJETO TAMAR
 
E vocês, tem algum personagem inspirado nas tartarugas?
 
:]
 
 
 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ir em frente...

 
 
Existem aqueles dias em que as palavras emudecem... sinto que preciso dizer tanta coisa, mas realmente não vejo jeito...
Acho que estou em modo cansaço-tomando-conta. Mas já dizia o poeta: tudo vale a pena quando a alma não é pequena...
 
Hoje a Sofia falou sobre como gosta das andorinhas, porque para ela, entre outras coisas representa voltar à casa.
 
:]
 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Chama-se Tuca e é invisível ...

Tuca
  
Chama-se Tuca e é invisível. Chama-se Tuca e ninguém a vê. Chama-se Tuca e ninguém olha para ela ano após ano. Chama-se Tuca e ninguém a vê há 12 anos. 12 anos ...amigos!! São inúmeras as pessoas que visitam o albergue da União Zoófila em busca do cão ou do gato perfeitos. São visitas atrás de visitas que saem de lá sem encontrar a perfeição. Pois nós podemos garantir-vos uma coisa. Nunca ninguém irá encontrar a perfeição num animal doméstico enquanto não se aceitarem a vocês próprios como imperfeitos.
Tantas vezes nos perguntamos como chegam até ao albergue tantas pessoas que conseguem não gostar de nem um dos quase 800 animais que lá vivem? Como? Só podemos pensar que essas pessoas não sabem o que procuram nem o que querem. Só podemos pensar que há vidas, como a da Tuca, que são desperdiçadas só porque sim. 12 anos à espera que alguém se aproxime da box 87 e finalmente diga 'encontrei'. 12 anos. Não os deixem ser em vão.
Impossível não se emocionar com esse lindo texto... resolvi compartilhar no blogue e tentar a sorte de alguém querer conhecê-la ou a seus amiguinhos...

Para saber mais sobre a União Zoófila Portugal e sobre o Apadrinhamento aqui.

:]
 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Parabéns Pedagogos!


Quero deixar meu reconhecimento aos queridos colegas Pedagogos e Pedagogas, pelo seu dia!

E uma pequena reflexão tão atual...

 
:]
 

Mas o que tem ser rosa?


 
"Rosa? Rosa?
Mas o que que tem ser rosa?
A vida é horrorosa se não for cor de rosa.
Isso não é problema. A pele tanto faz. Se é branca, rosa, negra ou lilás!
As vezes em cima, as vezes em baixo! Assim é o mundo, escute o que eu acho.
Seu corpo é saudável dos pés à cabeça!
Agradeça a sua sorte e a tristeza esqueça!"

#Subindo e descendo, assim vamos levando a vida!

:]

domingo, 19 de maio de 2013

sábado, 18 de maio de 2013

Um xis coração, por favor!

Sábado é dia sabem do quê? comer XIS!!!
 
 
Ando doidinha por um xis coração! Para os que por ventura, não conhecem essa iguaria, explico: pão, maionese, tomate, ervilha, milho, alface, ovo, queijo e coração de frango! [ou pode ser galinha, calabresa, bacon, carne...] e tem o lindo e perfumado XIS TUDO! [que leva todas as carnes de uma só vez...]; levaria também catchup e mostarda, mas esses eu passo...
 
Não é uma tentação?!
 
Aqui tem um tutorial bem legal, com a receita do verdadeiro xis gaúcho ~> clica aqui.
 
Deixo vocês com esse curta animado, que tem tudo a ver com o tema do post!

V I D E O


 
E aí, já experimentaram? Gostariam de experimentar?
 
:]
 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Lindo fim de semana!

Lar Doce RecicLar
 
Oi gente! Passando pra desejar um ótimo início de fim de semana...
Aqui estamos em clima de frio polar, mas se Deus quiser, o inverno passa rápido!
 
:]
 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Toda VIDA deve ser respeitada!

 
 
V I D E O
[em inglês mas o sentido é inequívoco]



Demais pedir "humanidade" para com os animais?
Preciso crer que existem bons seres humanos no Planeta...


#Numa semana em que vivemos com esse e esse HORROR...

#P.S. Muitos dizem: Ah, mas é comercial de ração... pois bem, eles poderiam NÃO fazer nada... e sabe Deus quantas pessoas não veriam esse retrato da situação atual... Parabéns Pedigree! Se o valor que pago pelos seus produtos patrocina peças publicitárias dessa ordem, pago contente e indico!
 
 
:]

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Angelina Jolie: APLAUSOS!

Angelina Jolie

Nós nem precisaríamos saber... mas uma figura midiática tem em suas mãos, esse poder: suscitar a discussão...
 
Quantas vezes ficamos ávidos lendo sobre separações dos famosos, bebedeiras dos famosos, mortes movidas pela drogadição dos famosos, escândalos, fúteis e inúteis...
 
Hoje estamos discutindo o CÂNCER DE MAMA e OVÁRIO. Aplausos!
 
:]

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Um conto pequenino: Aprendendo a fazer nuvens

 
 
V I D E O
 

O AMOR tudo resolve...

Quero desejar a todas as amigas um ótimo início de nova semana; que Deus nos abençoe com paz e saúde!

:

domingo, 12 de maio de 2013

Revele-se!

Livro: Um Mês Para Viver
 
Dedique seu tempo à quem você ama!
O tempo para comunicar-se é agora, viver em harmonia com aqueles que fazem parte da nossa trajetória de vida... familiares, amigos, colegas de trabalho...
Valorize seus relacionamentos!
 
Quero desejar a todos uma ÓTIMA nova semana!
 
:]
 

Morte e Vida Severina - Parte III



ANÁLISE DO POEMA MORTE E VIDA SEVERINA
Vinicius Monteiro
"Morte e vida Severina" foi escrita em 1956, por João Cabral de Melo Neto, obra que trata da história de Severino retirante de 20 anos, que vai da Serra da Costela, limites da Paraíba, seguindo o curso do rio Capibaribe com o objetivo de chegar em Recife.

Na primeira cena, podemos observar a dificuldade da apresentação de Severino, que tenta individualizar-se, mas não consegue fazer essa particularização por existir tantos Severinos iguais a ele. Vejamos os fragmentos da obra: Meu nome é Severino, [...] Severino de Maria; [...] fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. [...] Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias?

Com essas palavras podemos observar a grande dificuldade de Severino na tentativa de tornar-se um ser único, distinguir-se dos demais. E devido a esse impedimento o nome próprio, particular Severino, acaba por tornar-se geral, coletivo, pois existem inúmeros Severinos iguais ao Severino. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas.
Nessa citação observamos o fracasso de tentar-se individualizar, por mais que ele tente ser único, percebe que é igual a todos os Severinos.
E no final da primeira cena, Severino diz que, [...] passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. Mas, assim mesmo, ele é igual aos outros. Quantos Severinos não emigram?
Dessa forma, o Severino nome próprio acaba-se como um adjetivo generalizando Severino, torna-se coletivo, geral, sinônimo de pobreza, fome, doença, morte, dificuldade de sobrevivência, etc. Seja pela vida repleta de impedimentos, seja pela morte Severina. [...] mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).
Como colocamos no início deste texto, Severino sai da Serra da Costela, em busca de vida, melhores condições de sobrevivência, entretanto, o que vê nessa peregrinação é apenas morte, a única vida é o rio Capibaribe que ele segue, porém, às vezes, esse rio torna-se estreito, e o protagonista fica com medo de perder seu único fio de vida.
Já foi mencionado que Severino encontra apenas dificuldades, morte em sua peregrinação, vale dizer que a única pessoa que está em melhor situação é uma mulher que trabalha com a morte, vive da morte.
[...] ali, que se não rica, parece remediada ou dona de sua vida: vou saber se de trabalho poderá me dar notícia. [...] Sabe cantar excelências, defuntos encomendar? [...] trabalhávamos a meias, que a freguesia bem dá. [...] como aqui a morte é tanta, vivo de a morte ajudar. [...] uma profissão, e a melhor de quantas há: [...] Só os roçados da morte compensam aqui cultivar [...].
Após a peregrinação Severino chega em Recife, o retirante senta-se para descansar ao pé de um muro alto e ouve, sem ser notado, a conversa de dois coveiros e esse diálogo o afeta muito.
[...] __ Esse povo lá de riba de Pernambuco, da Paraíba, que vem buscar no Recife poder morrer de velhice, encontra só, aqui chegando cemitérios esperando. __ Não é viagem o que fazem, vindo por essas caatingas, vargens; aí está o seu erro: vêm é seguindo seu próprio enterro.
Severino estava ciente de que muita coisa não iria encontrar, pois o que o fez retirar não foi a cobiça, mas sim, defender sua vida da velhice que chega antes dos trinta, ou seja, condições melhores para sobreviver, entretanto, ouve essas palavras, a voz da consciência, e isso o deixa atônito, veio seguindo sua própria morte. Ele que veio seguindo a vida (rio) e esperava encontrar vida.
Nessa situação, Severino decide morrer “a de saltar, numa noite, fora da ponte da vida?”, pular da ponte do rio, a única vida que ele encontrou ao longo desse caminho percorrido até Recife. Mas, nesse momento, nasce um bebê: “saltou para dentro da vida? / Saltou para dentro da vida [...].
A personagem que havia feito uma pergunta a respeito do seu provável suicídio ao seu José, mestre Carpina tem a resposta com o nascimento do bebê, vida: [...] ela, a vida, a respondeu com sua presença viva [...] E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vela desfiar seu fio [...] mesmo quando é a explosão de uma vida Severina.
Observamos, nesses fragmentos, além da resposta de Severino entre saltar ou não saltar da ponte da vida, a questão do próprio título da obra. Por que Morte e Vida Severina?
Sabemos que tudo que é vivo inicia com a vida, contudo, João Cabral começa uma obra com a morte, já que a personagem ao longo de sua jornada encontra apenas a morte, decide morrer, mas no final de sua peregrinação aparece a vida, aquela criança que nasce, nem que seja para ter um destino Severino, apesar da pobreza, nasce uma vida e todos ficam felizes e esse acontecimento gera esperança a nosso Severino, a esperança vem da própria vida. Esse nascimento muda a vida do herói, pois dá sentido a sua própria vida, vê que a vida ainda tem sentido.
A história de Severino é a mesma de outros tantos, história de sofrimento, contada pelo escritor com sensibilidade e crítica social. É muito interessante o modo como o autor constrói sua poesia, pois converte a miséria, indigência, fome, secura da paisagem num elemento poético de tal plasticidade, de tal essência que tudo torna-se de uma beleza inigualável.
E, acima de tudo, a história de Severino de João Cabral termina, porém a dos demais Severinos continua, porque ainda hoje os retirantes continuam a fugir da seca do sertão Nordestino.

Fonte: aqui.
 
#Mesmo anos passados do meu primeiro encontro com a obra, ainda fico extasiada com a beleza da sua escrita. Os problemas do Nordeste do Brasil ainda continuam tão ou mais severos desde quando a criação da obra...
 
#Espero que tenham gostado!
 
:]
 

sábado, 11 de maio de 2013

Uma sobremesa e divagações...

Oi gente!
 
Tava aqui matando tempo enquanto não chega cliente e resolvi ver uma receita bem legal pra fazer pra amanhã [Dia das Mamães]...
Acabei resolvendo fazer esse ARROZ DE CHOCOLATE receita do Anonymus Gourmet [ aqui ] resumidamente é o mesmo que fazer o arroz doce só que no fim acrescente chocolate meio amargo...
 
Imagem retirada da net
 
Em casa tenho duas mamães, a minha irmã Marcia que é mãe da Laurinha e a Vania que é a mamãe da Gigi, e fora meu pai que agora é pai e mãe de nós todas! Aqui na loja já estou distribuindo mimos para as mamães da família de N. é simples, mas o importante é a intenção!


#Em outubro completaremos 4 anos sem a presença de nossa mãe, ela está com Deus, descansando e vivendo a plenitude da nossa salvação.
 
#Eu sou a TIA MILA; e a cada ano tenho mais e mais crianças que se arrodeiam de mim: a Isabelly, o Luis Eduardo, o Davi, a Elisa, e as minhas sobrinhas de coração: Laurinha e Gigi...
 
Quero desejar a todas as amigas [ sejam mães ou não ] um ótimo domingo de paz, união e saúde! E a Susie, já deixei uma bitoca pelo seu aniversário [ 3.4 ] idade mágica!
 
:]
 

Morte e Vida Severina - Parte II

 
Continuando a nossa saga, hoje apresento o video com a versão audiovisual da obra.
Impossível não se ENCANTAR com essa obra prima em animação, desenho, luz e sombra.
 
V I D E O
 
 

Morte e Vida Severina em desenho animado é uma versão audiovisual da obra prima de João Cabral de Melo Neto, adaptada para os quadrinhos pelo cartuinista Miguel Falcão. Preservando o texto original, a animação 3D dá vida e movimento aos personagens deste auto de natal pernambucano, publicado originalmente em 1956.
Em preto e branco, fiel à aspereza do texto e aos traços dos quadrinhos, a animação narra a dura caminhada de Severino, um retirante nordestino, que migra do sertão para o litoral pernambucano em busca de uma vida melhor.

 
#Sou encantada com a literatura brasileira, realmente temos obras belíssimas. O que me entristece é que os problemas do sertão após tantos anos da escrita da obra, ainda são praticamente os mesmos... Triste morte e vida severina!

:]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Bom Sábado!

 
[ Sobre o post anterior ]
 
Gente, fazia bastante tempo que estava querendo postar esse especial sobre o poema Morte e Vida Severina, mas confesso que fiquei um tanto quanto preocupada se vocês entenderiam o meu querer... ele é longo, e claro que não deve ter o mesmo apelo para todos; mas afora meus temores, resolvi repartir em três partes e finalmente postar nestes três dias [sexta, sábado e domingo].
 
Quero deixar esse colorido recadinho de que tenham um ótimo sábado e quero que saibam, que a companhia de vocês também colore o meu dia a dia na blogosfera! Amo muito minhas amigas virtuais!
 
:]
 

Morte e Vida Severina - Parte I

 
Quando estava no ensino médio, tive uma professora de língua portuguesa que nos indicou esse livro, confesso que na época, mesmo gostando de ler, achei a obra um tanto quanto espichada... Mas não precisei de muitas linhas para sentir o quão bela era a história, recordo que fizemos inclusive teatro. Gostaria de compartilhar com vocês, alguns versos:
 
 
 
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.

ENCONTRA DOIS HOMENS CARREGANDO UM DEFUNTO NUMA REDE, AOS GRITOS DE "Ó IRMÃOS DAS ALMAS! IRMÃOS DAS ALMAS! NÃO FUI EU QUE MATEI NÃO!"

O RETIRANTE TEM MEDO DE SE EXTRAVIAR PORQUE SEU GUIA, O RIO CAPIBARIBE, CORTOU COM O VERÃO

NA CASA A QUE O RETIRANTE CHEGA ESTÃO CANTANDO EXCELÊNCIAS PARA UM DEFUNTO, ENQUANTO UM HOMEM, DO LADO DE FORA,VAI PARODIANDO AS PALAVRAS DOS CANTADORES
CANSADO DA VIAGEM O RETIRANTE PENSA INTERROMPÊ-LA POR UNS INSTANTES E PROCURAR TRABALHO ALI ONDE SE ENCONTRA.

DIRIGE-SE À MULHER NA JANELA QUE DEPOIS DESCOBRE TRATAR-SE DE QUEM SE SABERÁ

— E se pela última vez
me permite perguntar:
não existe outro trabalho
para mim nesse lugar?
— Como aqui a morte é tanta,
só é possível trabalhar
nessas profissões que fazem
da morte ofício ou bazar.
Imagine que outra gente
de profissão similar,
farmacêuticos, coveiros,
doutor de anel no anular,
remando contra a corrente
da gente que baixa ao mar,
retirantes às avessas,
sobem do mar para cá.
Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.

O RETIRANTE CHEGA À ZONA DA MATA, QUE O FAZ PENSAR, OUTRA VEZ, EM INTERROMPER A VIAGEM

ASSISTE AO ENTERRO DE UM TRABALHADOR DE EITO E OUVE O QUE DIZEM DO MORTO OS AMIGOS QUE O LEVARAM AO CEMITÉRIO
O RETIRANTE RESOLVE APRESSAR OS PASSOS PARA CHEGAR LOGO AO RECIFE
— Nunca esperei muita coisa,
digo a Vossas Senhorias.
O que me fez retirar
não foi a grande cobiça;
o que apenas busquei
foi defender minha vida
de tal velhice que chega
antes de se inteirar trinta;
se na serra vivi vinte,
se alcancei lá tal medida,
o que pensei, retirando,
foi estendê-la um pouco ainda.
Mas não senti diferença
entre o Agreste e a Caatinga,
e entre a Caatinga e aqui a Mata
a diferença é a mais mínima.


CHEGANDO AO RECIFE, O RETIRANTE SENTA-SE PARA DESCANSAR AO PÉ DE UM MURO ALTO E CAIADO E OUVE, SEM SER NOTADO, A CONVERSA DE DOIS COVEIROS

O RETIRANTE APROXIMA-SE DE UM DOS CAIS DO CAPIBARIBE
Nunca esperei muita coisa,
é preciso que eu repita.
Sabia que no rosário
de cidade e de vilas,
e mesmo aqui no Recife
ao acabar minha descida,
não seria diferente
a vida de cada dia:
que sempre pás e enxadas
foices de corte e capina,
ferros de cova, estrovengas
o meu braço esperariam.
Mas que se este não mudasse
seu uso de toda vida,
esperei, devo dizer,
que ao menos aumentaria
na quartinha, a água pouca,
dentro da cuia, a farinha,
o algodãozinho da camisa,
ao meu aluguel com a vida.
E chegando, aprendo que,
nessa viagem que eu fazia,
sem saber desde o Sertão,
meu próprio enterro eu seguia.
Só que devo ter chegado
adiantado de uns dias;
o enterro espera na porta:
o morto ainda está com vida.


APROXIMA-SE DO RETIRANTE O MORADOR DE UM DOS MOCAMBOS QUE EXISTEM ENTRE O CAIS E A ÁGUA DO RIO

UMA MULHER, DA PORTA DE ONDE SAIU O HOMEM, ANUNCIA-LHE O QUE SE VERÁ

APARECEM E SE APROXIMAM DA CASA DO HOMEM VIZINHOS, AMIGOS, DUAS CIGANAS ETC.

COMEÇAM A CHEGAR PESSOAS TRAZENDO PRESENTES PARA O RECÉM-NASCIDO

FALAM AS DUAS CIGANAS QUE HAVIAM APARECIDO COM OS VIZINHOS
FALAM OS VIZINHOS, AMIGOS, PESSOAS QUE VIERAM COM PRESENTES ETC.

O CARPINA FALA COM O RETIRANTE QUE ESTEVE DE FORA, SEM TOMAR PARTE EM NADA
Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:

vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.
Os versos foram extraídos do livro "João Cabral de Melo Neto - Obra Completa", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág. 171.


#Amanhã, estarei postando um video super lindo de um audiovisual da obra.

:]

quinta-feira, 9 de maio de 2013

#Quem é Elena?


"Tenho agora pedaços meus arrancados por um, por outros, outros pedaços que eu me arranquei, vontades, carências, fantasias, não sei o que se misturam, julgamentos, aparências, complexos, padrões, imagens me envolvem."
[Fragmento dos diários de Elena]
  
 
"Se as pessoas somente reflexos meus próprios são, o que vejo?" [Fragmento dos diários de Elena]
  


"Muitos seres passaram perto de mim, e só passaram, eu passei. E me vazios deixaram porque nunca ninguém me completou." [Fragmento dos diários de Elena]

ELENA

SINOPSE
Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar e deixa Petra, a irmã de 7 anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas: filmes caseiros, recortes de jornal, diários e cartas. A todo momento Petra espera encontrar Elena caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos e acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado. Aos poucos, os traços das duas irmãs se confundem, já não se sabe quem é uma, quem é a outra. A mãe pressente. Petra decifra. Agora que finalmente encontrou Elena, Petra precisa deixá-la partir.

V I D E O
 
 
"Elena sonhei com você essa noite... mas num instante você vira água, se desfaz em gotas, desaparece."
 
Site Oficial do Filme ~> aqui.
 
#Lindo, lindo, lindo!
Chega logo dia 10 e logo, logo em DVD...
 
:]
 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Exercitar o perdão

Livro: Um Mês Para Viver


Ai estou lendo sobre perdão.
A importãncia de exercitar o perdão como passagem para seguir adiante.
Vejo essa reportagem sobre adulteração no leite e que pode causar câncer. Nos comentários, leio que pessoas, seres humanos, de outros Estados do Brasil dizem que por nos considerarmos superiores ao resto do Brasil merecemos tal fato....
Realmente, buscar a espiritualidade é necessário nos dias atuais.
 
:]
 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Um conto curtinho: La Luna

 
Que bela animação e melhor curtinho, curtinho...
 
E que efeito na moral de um dia fechado e frio aqui no Sul do Brasil, já tivemos até mesmo chuva com granizo...
 
:]
 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dica: Fronteiras do Pensamento


 
O Fronteiras do Pensamento é um projeto cultural múltiplo que aposta na liberdade de expressão intelectual e na educação de qualidade como ferramentas para o desenvolvimento. Através de uma série anual de conferências, o Fronteiras abre espaço para o debate sobre a identidade do século XXI, apresentando pensadores, cientistas e líderes que estão, cada um a seu modo, na vanguarda nas mais diversas áreas de pesquisa e pensamento.
Temas, ideias e personalidades que moldam o nosso tempo ocupam o palco do Fronteiras, tendo como valores básicos o pluralismo das abordagens e o rigor acadêmico e intelectual de seus convidados. Desta forma, o projeto busca avaliar tendências, aceitando a provocação destes que são, hoje, alguns dos mais renomados pensadores em atuação no mundo, constituindo uma linha interdisciplinar de pensamento.
 
Em sete anos de existência na cidade de Porto Alegre e já em sua terceira edição em São Paulo, o Fronteiras do Pensamento conta com mais de 130 conferências realizadas para milhares de espectadores. O Fronteiras "quer trazer para o debate temas imprescindíveis, dando aos espectadores uma visão real dos próximos dez ou vinte anos, nas diferentes áreas contempladas". Conta, também, com edições especiais em Salvador e Florianópolis.
As conferências servem como plataforma para a geração de conteúdos diversos, abrangendo os mais variados públicos, em diferentes formatos, fazendo com que o projeto atravesse os seus limites e se expresse também através de fascículos didáticos, filmes, publicações e, agora, o canal de vídeos fronteiras.com, apresentado pela Braskem, que pretende democratizar o acesso ao conhecimento e revelar um acervo inédito de ideias expressas no palco do Fronteiras em seus sete anos de existência. Com atualização semanal, o fronteiras.com já entra no ar com mais de uma centena de vídeos publicados com legendas em português, espanhol e inglês e versão mobile.

#Hoje estamos iniciando um novo ciclo de palestras do Fronteiras do Pensamento em Porto Alegre. Com Karen Armstrong, criadora do Charter for Compassion, Armstrong é reconhecida por seus livros sobre religião - em particular sobre judaísmo, cristianismo e islamismo.
Ainda em Maio estaremos com Marina Silva e Fernando Gabeira.
Confira a programação completa: aqui.
 
#Super indico o site oficial, completo, com ensaios, resumos, videos das Conferências e muito mais.

:]

domingo, 5 de maio de 2013

175 Anos do Hino Riograndense

Somos um povo que cantamos nosso hino.
Digo, somos gaúchos, nascidos ou enamorados pelo Rio Grande do Sul, e cantamos nosso hino.
Cantamos o hino brasileiro que é nossa Pátria Mãe, mas igualmente, ou até com mais vigor, cantamos o nosso Hino Riograndense.
Hoje ele está festejando seu aniversário de 175 anos! Cantemos nosso hino infinitos anos!
 
 
UM POUCO DE HISTÓRIA
 
LETRAS E AUTORES
O Hino Rio-Grandense que hoje cantamos tem a sua história particular e, porque não dizer, peculiar. Porque muitas controvérsias apresentou, desde seus tempos de criação até os tempos de então. Oficialmente existe o registro de três letras para o hino, desde os tempos do Decênio Heróico até aos nossos dias. Num espaço de tempo de quase um século foram utilizadas três letras diferentes até que finalmente foi resolvido, por uma comissão abalizada, que somente um deles deveria figurar como hino oficial.

O PRIMEIRO HINO
A história real do Hino, começa com a tomada da então Vila de Rio Pardo, pelas forças revolucionárias farroupilhas. Ocasião em que foram aprisionados uma unidade do Exército Imperial, o 2° Batalhão, inclusive com a sua banda de música. E o mestre desta banda musical, Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que também foi feito prisioneiro era um músico muito famoso e considerado um grande compositor. Após a sua prisão ele, Mendanha, teria sido convencido a compor uma peça musical que homenageasse a vitória das forças farroupilhas, ou seja a brilhante vitória de 30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.
Mendanha, diante das circunstâncias, resolveu compor uma música que, segundo alguns autores, era um plágio de uma valsa de Strauss. A melodia composta por Mendanha era apenas musicada. E o capitão Serafim José de Alencastre, pertencente as hostes farrapas e que também era versado em música e poesia, entusiasmado pelos acontecimentos, resolveu escrever uma letra alusiva à tomada de Rio Pardo.

O SEGUNDO HINO
Quase um ano após a tomada de Rio Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada como Hino Nacional, o autor deste hino é desconhecido, oficialmente ele é dado como criação de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Riograndense em sua edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”.
O TERCEIRO HINO
Após o término do movimento apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido: Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de pronto este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino com sua letra. A letra deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a oficial até hoje, mas a segunda estrofe, que foi suprimida posteriormente, era a seguinte:
Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.

O HINO DEFINITIVO
Estas três letras foram interpretadas ao gosto de cada um até meados do ano de 1933, ano em que estavam no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”. Nesse momento um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser a letra oficial do hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele ano de 1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em desuso os outros poemas.
No ano de 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por força da lei 5213 de 05 de janeiro de 1966, quando foi suprimida a segunda estrofe.

LETRA
Francisco Pinto da Fontoura
(vulgo Chiquinho da Vovó)
MÚSICA
Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha
HARMONIZAÇÃO
Antônio Corte Real

Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.
 
Estribilho:
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.

Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.
 
Estribilho: Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
 
 
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